A SJM PERGUNTOU AO CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA UNIMED JOINVILLE: DR. ALTAIR PEREIRA RESPONDEU

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A SJM PERGUNTOU AO CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA UNIMED JOINVILLE: DR. ALTAIR PEREIRA RESPONDEU

1.Os planos de saúde concorrentes apresentam preços mais atrativos para os empresários, algo em torno de 20-30% mais baixos. Quais serão suas estratégias para enfrentamento da concorrência?

  1. Comercial – quais produtos pretende colocar no mercado?

Dr. Altair – Para enfrentarmos a concorrência que trabalha em um modelo totalmente verticalizado, teremos que com muito critério, colocar produtos de qualidade, com o jeito de cuidar UNIMED, sendo sustentáveis e que respeitam os princípios cooperativistas (trabalho para o médico, livre escolha, respeito à autonomia do médico e honorários dignos).

Teremos que aumentar a carteira de clientes de forma responsável e rentável, com vendas que não tragam prejuízos a UNIMED Joinville, pois além de vender, precisaremos vender bem. Estímulos à coparticipação, limitação de cobertura geográfica e acomodações hospitalares serão as variáveis mais utilizadas.

  1. Clientes atuais – como pretende fidelizá-los?

Dr. Altair – O médico cooperado, consciente da dificuldade com a concorrência com gigantes, como dono e decidido a defender a situação de médico cooperado autônomo e liberal, saberá entender que agora, mais do que nunca, um cliente encantado com a qualidade e agilidade de marcação de atendimento, será a garantia da fidelidade. A UNIMED sabendo ouvir o médico cooperado, que está na linha de frente, através de um canal aberto com a DIRETORIA apoiando-a na sua prática diária, criará um ambiente de segurança, de paz e é o que o médico precisa para oferecer ao seu cliente um atendimento personalizado e de excelência.  O empresário aceita pagar um pouco a mais por um atendimento de excelência, resolutivo e que satisfaça a seu funcionário, pois o que ele quer é o retorno de seu investimento: um funcionário feliz produz muito mais.

2.Nos concorrentes o médico perde muito de sua autonomia e capacidade decisória por estar totalmente inserido em uma estrutura verticalizada com protocolos rígidos e intensa vigilância, mas em contrapartida leva a menor variabilidade de condutas e consequentes menores custos

  1. Cientes de que maior variabilidade de conduta leva a desperdícios e eleva os custos da assistência: como o Sr. fará a governança clínica dos cooperados para atingir maior eficiência?

Dr. Altair – A governança clínica será realizada com a participação efetiva dos médicos cooperados, entendendo que temos que ter um modelo de desempenho assistencial eficiente, com nível de excelência e que a entrega destes valores aos nossos clientes seja o objetivo final dos nossos atendimentos. Na governança clínica, a auditoria médica e o gerenciamento de risco, estarão sempre visando a qualidade e a segurança do usuário/paciente, tendo como meta principal a busca das melhores práticas e melhoria contínua dos processos. Faz também parte da governança clínica para evitar desperdícios, a formatação de protocolos clínicos, sendo que muitos já estão em execução no CHU e com resultados positivos comprovados na prática clínica diária. O cliente usuário e sua família têm que ter a percepção, de que o paciente é o ponto central do nosso JEITO DE CUIDAR UNIMED. Entendo que para termos um sistema de saúde sustentável e aumentar o número de clientes, precisaremos equilibrar um tripé: a satisfação do nosso cliente usuário, a qualidade da assistência e os custos adequados levando a preços competitivos.

  1. Como pretende fechar acordos com clínicas e consultórios para reduzir o desperdício?

Dr. Altair – Nós na UNIMED temos um diferencial em relação as outras operadoras. O médico é o dono. Temos que oferecer para consultórios e clínicas ferramentas integradas que facilitem e otimizem o atendimento médico, como protocolos clínicos em consenso com a especialidade, controle de agendamentos, gestão de consultórios e clínicas, entre outros. Uma das ferramentas mais faladas e não implantadas é o prontuário único, que pode gerar economia, eliminando a necessidade de o médico cooperado, solicitar, novamente, exames recentemente realizados. Sabemos que o SADT representa 23% do custo assistencial e pode ser reduzido. Podemos também realizar um trabalho forte na criação, implantação e gerenciamento de protocolos éticos e eficazes em todas as especialidades, contando com a participação do Departamento de Especialidades e do Conselho de Representantes. Segundo a OMS cerca de 30% de todos os recursos utilizados na saúde são desperdiçados com o aumento dos custos da área da saúde, influenciando negativamente na competividade frente aos concorrentes e na lucratividade do negócio. Vamos proporcionar acesso do cooperado à tecnologia inovadora para uso em sua clínica e consultório, interferindo positivamente na redução de desperdícios, da burocracia e do retrabalho, que, com certeza ajudará a reduzir seu custo, sem a perda de qualidade.

  1. A ANS vem estimulando a atenção primária e o cuidado integrado dos pacientes da saúde suplementar, onde os pacientes tenham cuidados coordenados de seus problemas de saúde, visando melhores resultados em saúde. http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/qualidade-da-saude/5733-atencao-primaria-a-saude-ans-promove-encontros-virtuais-para-debater-tema. Como o Sr. irá encaminhar este tema na cooperativa de especialistas?

Dr. Altair – A Agência Nacional de Saúde (ANS) estimula que as operadoras introduzam o Projeto de Atenção Primaria a Saúde (APS) e concedam através de entidades acreditadoras independentes, um selo de qualidade para as Operadoras que cumprirem os requisitos pré-estabelecidos. A UNIMED Joinville implantou o APS e tem contratos com empresas que impõem obrigações e direitos. Gera insatisfação entre especialidades e muitos cooperados clamam por mudanças. Temos que cumprir nossas obrigações contratuais, procurar entender as dificuldades das partes, buscar soluções inteligentes e satisfatórias para todos os que atendem o APS, o cliente e o médico cooperado especializado que se acha alijado do processo. A adoção de indicadores para monitoramento dos resultados em saúde demonstrando a contribuição para a sustentabilidade do sistema, é obrigatória. Temos que compatibilizar a atenção à saúde integral com a participação dos cuidados das especialidades através de referenciamento e agendamento rápido. Envolver o médico/dono na busca das soluções: esta é a chave do sucesso.

  1. Quais estratégias o Sr. adotará para gerenciar a sinistralidade? CH variável?

Dr. Altair – Vamos mostrar aos médicos cooperados, de forma transparente e objetiva, a importância do equilíbrio financeiro da Cooperativa associado ao trabalho médico de ótimo padrão. Segundo a própria Associação Nacional de Hospitais Privados, 20% do que o sistema de saúde fatura ao ano são perdidos em exames desnecessários, erros médicos, excesso de consumo de materiais, entre outros. Vamos implantar o prontuário único on-line em toda rede e com isso diminuir os exames já realizados. Com a redução de custos administrativos e a racionalização dos custos assistenciais, melhoraremos o atendimento médico e teremos repercussão positiva no preço final do nosso produto e melhoria nos honorários médicos. Venda preferencial de produtos com coparticipação atua diretamente na sinistralidade. Não está em nossas propostas a utilização do CH variável, mesmo porque, ele desapareceu após implantação da CBHPM em 2003.

Alguns fatores que aumentam a sinistralidade:

– incorporação de novas tecnologias e coberturas, envelhecimento populacional, judicialização da saúde, assimetria nos preços de materiais especiais, falta de critérios bem delimitados na incorporação e na avaliação de novas tecnologias entre outros.

A redução da sinistralidade passa necessariamente pela racionalização das despesas assistenciais, com a participação proativa de todos os médicos cooperados, na busca da parametrização de procedimentos, protocolos assistenciais que visem a uniformização dos atendimentos mais comuns e onerosos nas diferentes especialidades. O envolvimento genuíno dos cooperados, nos processos estratégicos, e a profissionalização daqueles que ocupam posição na gestão e liderança em diferentes níveis, tornam-se essenciais para garantir a boa técnica, a satisfação do cliente e a contenção de gastos desnecessários.

  1. Os hospitais de ponta brasileiros tem investido muito em Ensino e pesquisa. Quais são seus planos para o desenvolvimento do ensino e pesquisa na cooperativa?

Dr. Altair – O estímulo à pesquisa é uma ação estratégica diretamente associada à melhoria da qualidade assistencial e dos desfechos hospitalares. Nesse contexto, fortaleceremos nossa participação em redes colaborativas de pesquisa e participaremos na criação de uma rede de pesquisa dos hospitais próprios. A geração de bancos de dados a partir do prontuário eletrônico estruturado permitirá desenvolver estudos clínicos relevantes além de subsidiar a gestão assistencial e de governança corporativa em tempo real. As atividades de ensino e treinamento envolverão questões elementares, mas essenciais como hospitalidade, comunicação com familiares e pacientes, hotelaria e fluxo de atendimento ao paciente. Também é prioritário o treinamento de aspectos técnicos, para aprimorar habilidades necessárias em cada área. A educação continuada de médicos cooperados seguirá a lógica de discussão, confecção e ajustes de protocolos com base em indicadores analisados pelas lideranças das especialidades. Ainda em relação aos cooperados, serão ofertadas oportunidades de aprimoramento em habilidades de gestão, tanto para subsidiar as lideranças existentes quanto de novas lideranças para o futuro.

  1. Prontuário eletrônico nos consultórios integrado – atualmente temos uma base de dados estruturada com informações clínicas e de custos de todas as internações no CHU. Mas não temos informações clínicas sobre a saúde e utilização do plano de saúde pelos nossos clientes nos consultórios.
  2. O Sr. pretende adotar um prontuário eletrônico em todos os locais de atendimento dos clientes – consultórios, clinicas?

Dr. Altair – Sim, pretendemos implantar o prontuário eletrônico único, sendo que o da FESC já está funcionando em algumas UNIMEDs de SC. Logicamente será um processo que demandará mudanças e muito cuidado na implantação.  Não será da noite para o dia. Teremos também à disposição o RES (Registro Eletrônico de Saúde), via FEDERAÇÃO de SC, que já está providenciando parceria provavelmente com a empresa Interall. Com estas providências estaremos equipados para atacar a sinistralidade, com todas as informações possíveis integradas, a respeito dos usuários do plano, propiciando um maior controle, principalmente sobre pedidos de exames para evitar desperdícios, reduzir os custos e criar um diferencial competitivo. Existe uma preocupação muito grande em relação ao cumprimento da lei de proteção dos dados( LGPD) e se os dois programas que serão integrados contemplarão este quesito, como, por exemplo, o uso de criptografia.

  1. Há intenção de tornar obrigatório o envio de informações dos laboratórios parceiros?

Dr. Altair – O envio das informações dos laboratórios parceiros e links para acesso aos PAC’s dos exames de imagem, é a parte que estrangula na prática qualquer solução de RES (Registro Eletrônico de Saúde). Portanto, usaremos de estratégias persuasivas para atingir nossos objetivos. Ao atingir a meta estaremos prontos para disponibilizar todos os dados para clinicas parceiras e os médicos cooperados. Será mais uma arma para trabalhar a sinistralidade.

  1. Com será a relação da nova DIRETORIA com a SJM? Qual a importância da entidade médica no seu entendimento?

Dr. Altair  – Tenho o maior carinho pela SJM pois fui Presidente da entidade na gestão 1997/1998 com maior orgulho. Quando Presidente da SJM, tive um relacionamento muito proveitoso junto a UNIMED. Conseguimos aprovar em Assembleia Geral, patrocínio para a construção da sede do Clube de Campo “As Carpas”.Quando Presidente da UNIMED também mantive parcerias constantes com nossa entidade associativa e assim espero que continue. A SJM tem como meta principal ser representante associativa, cultural e de defesa da classe nos seus interesses legítimos. Nossas relações serão institucionais e respeitosas, unidas na luta em benefício do médico, do ponto de vista social, científico em busca de trabalho médico e em defesa da autonomia do médico e da livre escolha.

  1. Qual será o posicionamento da nova DIRETORIA acerca do Centro de Oncologia? Em relação ao novo prédio que tem apresentado déficit e teve os serviços de radioterapia terceirizados?

Dr. Altair –  Não tenho informação nenhuma sobre este assunto, mas acredito que o melhor para a UNIMED seria termos um serviço de oncologia completo e de qualidade. Este serviços seria referência para o sistema UNIMED, onde o paciente, estando no serviço tenha condições de resolver a contento todos os seus males de forma abrangente, ágil e humanizada. Em relação à terceirização, também não tenho informações suficientes para externar uma opinião balizada, apesar de sentir a preocupação entre os médicos cooperados, que, se uma especialidade foi terceirizada, o que impediria que outras também sejam? Temos que estudar este caso com carinho e levar paz e segurança para todos os cooperados e a nossos clientes e usuários. A preferência sempre será dos médicos cooperados, só não será; se não houver interesse por parte destes.

  1. Qual o plano da nova DIRETORIA para a UNIMED Joinville ser novamente atrativa para o intercâmbio?

Dr. Altair  -Sabemos que uma das causas que reduz o número de usuários no intercâmbio, é a política de redução de preços da mensalidade do produto, que restringe o atendimento do paciente somente na área de abrangência da UNIMED que lhe vendeu o plano, impedindo que usuário procure serviços fora desta área. O intercâmbio, no que se refere a preços, não há muito o que se possa fazer, pois o Sistema UNIMED padronizou as tabelas, tanto para prestadores de serviços (hospitais, clínicas) como para os profissionais médicos. O que determina o volume do intercâmbio é a qualidade dos serviços prestados e a disponibilidade dos recursos para que se alcance essa qualidade e a realização dos atendimentos com agilidade. Assim, inicialmente faremos um levantamento da situação atual e da evolução dos últimos anos. Através desta análise e benchmarking com outras UNIMEDs teremos um diagnóstico mais próximo da realidade. Desta forma poderemos fazer campanha de marketing para atingir a nossa região, mostrando o que temos e o que fazemos de melhor, notadamente os serviços de maior complexidade, quer no CHU, nas especialidades e nas clínicas.