História
SJM: HISTÓRIA QUE SE FUNDE COM A CONSTRUÇÃO DE JOINVILLE
No dia 24 de fevereiro de 1920 nascia a Sociedade Joinvilense de Medicina. Nesta data, há 95 anos, pela força de seis médicos atuantes na cidade foi fundada a Associação Médica de Joinville com sede na Sociedade Harmonia Lyra. Doze anos mais tarde a entidade passou a chamar-se Sociedade Joinvilense de Medicina – SJM.
Desde então a discussão dos problemas comuns que cercavam a realidade dos profissionais médicos instalados na cidade, entre eles, a falta de um padrão para a remuneração dos honorários médicos, as condições precárias de trabalho ou questões da saúde pública, sempre estiveram presentes na rotina da SJM até a atualidade.
Mãos habilidosas não faltavam em Joinville. A milagrosa penicilina ainda não era utilizada para salvar milhões de pessoas em todo o mundo, pois apesar de descoberta neste mesmo ano, ainda estava em caráter experimental e não era utilizada para o uso humano.
Este era o cenário que levou este grupo a ter uma visão de futuro, no intuito de reunir forças, somar experiências e buscar soluções para a pacata Joinville, ex-Colônia Dona Francisca. Em 1932 a sede da SJM foi transferida para o “Club de Joinville”, onde hoje está instalada uma das lojas da Casa Sofia, no centro da cidade, na esquina da Rua do Príncipe com a Padre Carlos.
Como Diretor de Higiene, cargo hoje equivalente ao de Secretário Municipal de Saúde e Diretor do Hospital de Caridade (atual Hospital Municipal São José), Dr. Plácido Gomes de Oliveira foi eleito nesta nova fase da entidade o primeiro presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina – SJM.
Observa-se pelos relatos trazidos no Livro “Joinville, Seus Médicos, Suas Histórias”, de autoria do pediatra Dr. Lairton Valentim, lançado pela ocasião dos 80 anos da SJM, que a vida médico-profissional da cidade na década de 30 era toda dirigida e orientada pelas decisões da SJM. A ligação da SJM com os problemas da cidade, sobretudo os da área da saúde sempre foi muito estreita.
Em 9 de junho de 1960, em sessão extraordinário, a SJM recebia a visita do prefeito municipal, Senhor Baltazar Buschle, que apresentava para discussão e possível aprovação pelos médicos da nova planta do Hospital Municipal São José.
No final da década de 60, os Institutos de Previdência continuavam a criar muitos problemas, impedindo a livre escolha dos médicos, emperrando internações e criando uma imensa burocracia em torno do atendimento médico. Este processo passou por muitas lutas nos anos 70 e 80, culminando com o surgimento do SUS nos anos 90.
No ano de 1971, Joinville contava com 36 médicos de várias especialidades. Quatro anos depois, numa assembléia histórica da SJM, Dr. Mário Nascimento, membro do Conselho Deliberativo do Hospital São José, falou sobre a ampliação física da instituição, que passaria a contar com 600 leitos.
Entre os anos de 1983 e 85, a SJM desenvolveu um amplo trabalho médico-social, ligando a classe médica a uma participação ativa e decisiva para o destino dos médicos joinvilenses. Com o início da Comissão de Convênios, foi criada a Consulta Social, que estendia o atendimento médico a todos os assalariados, autorizando o médico a cobrar a consulta por um preço abaixo da particular.
Em março de 1987, a SJM realizou um encontro histórico junto à ACIJ, com objetivo de expor a crise da saúde, a paralisação do atendimento à previdência, não só em Joinville, mas em todo o Brasil. Após 15 meses, sem qualquer reajuste, os anestesistas, de forma corajosa, romperam com o INAMPS, cobrando daqueles que podiam pagar e não cobrando dos miseráveis. Atitude corajosa e digna, tendo sido este movimento um marco para a medicina em todo o Brasil, a qual se utilizou do exemplo de Joinville para alavancar o movimento nacionalmente.
Depois de passar por várias sedes e espaços a SJM buscou sua sede própria. Isto aconteceu em 14 de outubro de 1992. Foi adquirida uma casa central, na Rua General Sampaio, perto do Hospital Municipal São José. Em 1996, organizou-se o “I Congresso Saúde SUS Século XXI”, que foi um grande sucesso. Joinville recebeu espaço em toda a mídia nacional e atenção de todas as entidades médicas de respeito. Para consagração do evento tirava-se mais um documento de forte conteúdo social: a nova Carta de Joinville, que foi lida em plenária e aprovada no mesmo ano, por unanimidade, na 10ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília.
Renovou-se a diretoria em 1997 focando esforços para uma atenção maior aos sócios. A SJM começa a tornar-se não só uma sociedade de médicos, mas uma empresa prestadora de serviços à classe médica, redefinindo os rumos da entidade, visando o século XXI.
O fortalecimento da entidade, melhores condições de trabalho e uma remuneração mais adequada na saúde pública, de forma a manter o médico motivado a atuar na rede. Estas são algumas metas permanentes, além da união e fortalecimento da classe. Para isto, a SJM tem buscado estar presente na sociedade, integrando as diversas comissões e conselhos das entidades de saúde, de maneira a participar ativa e diretamente dos destinos da saúde de Joinville.